Vila Velha de Ródão é um concelho marcado pelo contraste entre a terra e o rio Tejo, escultor de uma paisagem única e deslumbrante, onde a abundância de recursos naturais atraiu várias espécies de fauna e flora e garantiu a sobrevivência das primeiras populações humanas que, desde a pré-história, se fixaram na região.
Garganta imponente escavada pelo rio na crista quartzítica da serra do Perdigão, as Portas de Ródão são uma referência incontornável nesta paisagem e servem de habitat para a maior colónia de grifos do país. Trata-se de um lugar privilegiado onde podem ser observadas 116 espécies de aves, muitas delas consideradas em vias de extinção e algumas raras.
Neste local de beleza surpreendente, ergue-se também, numa escarpa sobranceira ao Tejo, o Castelo do Rei Wamba. Apesar das lendas que o associam ao rei visigodo, acredita-se que a sua origem remonte ao período da Reconquista Cristã, época em que a torre atalaia remanescente terá sido erguida para garantir a defesa dos territórios conquistados aos muçulmanos.
A região abriga também o Complexo de Arte Rupestre do Vale do Tejo, um dos mais importantes conjuntos de arte pós-paleolítico da Europa, constituído por mais de 20 mil gravuras, cuja descoberta conduziu a várias campanhas de salvamento arqueológico até à sua quase completa submersão, em 1974, devido à construção da barragem do Fratel. Estas campanhas permitiram a obtenção de réplicas das gravuras e de um grande corpo documental que levou à criação do Centro de Interpretação de Arte Rupestre do Vale do Tejo, cuja missão é apoiar o estudo e a preservação deste património.
Cenário onde o tempo parece abrandar e a história e a natureza convidam a descobrir mais, o concelho oferece aos visitantes vários pontos de interesse turístico, que vão dos núcleos museológicos das diferentes freguesias, às experiências de lazer ligadas à natureza, ao geoturismo e à gastronomia.